23 de novembro de 2010

Conceitos do Princípio da Proveniência...

Inúmeras vantagens podem ser depreendidas da aplicação do princípio da proveniência. Couture & Rousseau (1998, p. 84) apresentam as seguintes:
1.Garantir a integridade administrativa dos arquivos;
2.Garantir pleno valor de testemunho dos documentos;
3.Entender a natureza dos documentos e tratá-los de acordo;
4.Garantir as particularidades de funcionamento do organismo a que eles dizem respeito;
5.Garantir ao arquivista considerar grandes conjuntos de documentos em vez de documentos isolados, criando conjuntos mais fáceis de gerir;
6.Favorecer a recuperação da informação;
7.Maximizar o processo de gestão de arquivos;
8.Eliminar qualquer possibilidade de dispersão dos documentos correntes, intermediários ou de arquivos permanentes.


Galerinha as três primeiras definições:

Segundo o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivístico o Princípio da Proveniência é o "Princípio básico da arquivologia segundo o qual o arquivo produzido por uma entidade coletiva, pessoa ou família não deve ser misturado aos de outras entidades produtoras. Também chamado princípio do respeito aos fundos.

A definição que achamos melhor foi a de Duchein que define esse princípio como "o princípio da proveniência consiste em deixar agrupados, sem os misturar com outros, os arquivos provenientes de uma administração, de um estabelecimento ou de uma pessoa física ou moral."

Martín-Pozuelo Campillo fala que os "arquivos ou fundos de arquivo de uma mesma procedência não devem jamais se mesclar com os de procedência diferente."

Continuando mais definições:

"A arquivologia é regida pelo princípio da proveniência, ou seja, respeitar os fundos arquivísticos mantendo-os conforme foram criados, de acordo procedência da instituição e/ou pessoa que os gerou. Segundo Bellotto a procedência consiste em deixarem agrupados, sem misturar a outros, os arquivos (documentos de qualquer natureza) provenientes de uma administração, de um estabelecimento ou de uma pessoa física ou jurídica determinada." (BELLOTTO, 2006, p.130).

Segundo Antonia H. Heredia "os arquivos nascem, crescem e mantêm-se espontânea e naturalmente, em consequência das funções e actividades da entidade produtora, e esta situação determina o estabelecimento de princípios que mantêm o respeito por essa origem e esse processo natural, sendo que no caso de esta se perder, permitem o seu restabelecimento." 

Jean-Yves Rousseau e Carol Couture define: "(…) principio fundamental segundo o qual os arquivos de uma mesma proveniência não devem ser misturados com os de outra proveniência e devem ser conservados segundo a sua ordem primitiva, caso exista. - ou ainda – o princípio segundo o qual cada documento deve ser colocado no fundo de onde provém e, nesse fundo, no seu lugar de origem."
Esperem as próximas definições de outros autores!!!

Mais três definições:

Rodrigues e Aparício falam que a proveniência é o "Princípio segundo o qual os arquivos originários de uma instituição ou de uma pessoa devem manter sua individualidade, não sendo misturados aos de origem diversa." (RODRIGUES & APARÍCIO, 2003)
[...] reunir os documentos por fundos, isto é, reunir todos os títulos provindos de uma corporação, instituição, família ou indivíduo, e dispor em determinada ordem os diferentes fundos [...] Documentos que apenas se refiram a uma instituição, corporação ou família não devem ser confundidos com o fundo dessa instituição, corporação ou família [...] (JARDIM & FONSECA, 1999, p. 35).

"No arranjo do arquivo, portanto, urge, antes de mais nada, restabelecer quanto possível a ordem original. Somente então será possível julgar-se se é conveniente, ou não, e até que ponto, dela apartar-se. (...) Não repousa tal regra na obediência servil à antiga organização do arquivo, nem requer a restauração da ordem original remota sob a alegação de que, em si mesma, não era suscetível de aperfeiçoamento" (MULLER, S. et al., 1960, p.40).




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BELLOTO, Heloisa Liberalli. Arquivos Permanentes: Tratamento documental. 4ª edição. São Paulo. Editora FGV, p.130. 2006. 

Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivístico. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, p.136, 2005.

DUCHEIN, Michel. O respeito aos fundos em arquivística: princípios teóricos e problemas práticos. Arquivo & Administração, Rio de Janeiro, v. 10-3, p. 16, abr. 1982/ ago. 1986.

HEREDIA, Antonia Herrera. Archívistica Geral: Teoria e Prática. 5° ed. Sevilha: Diputación Provincial de Sevilla, 1991.

JARDIM, José Maria, FONSECA, Maria Odila. A produção e difusão do conhecimento arquivístico no Brasil 1996-1999. Departamento de Ciência da Informação/ Núcleo Interdisciplinar de Estudos da Informação - NEINFO, UFF. Relatório de pesquisa. 1999.

MARTÍN-POZUELO CAMPILLOS, M. Paz. La construcción teórica en archivística: el principio de  precedencia. Madrid: Universidad Carlos III, p.61, 1999.

MULLER, S.; FEITH, J.A; FRUIN, R. Manual de Arranjo e Descrição de Arquivos. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1960.

RODRIGUES, Georgete Medleg; APARÍCIO, Maria Alexandre Miranda. A pesquisa em arquivística na pós-graduação no Brasil: balanço e perspectivas. Páginas a&b. Lisboa: Edições Colibri, 12 (2003), p.115-129.

ROUSSEAU, Jean-Yves, e Couture, Carol. Os fundamentos da disciplina arquivística. Lisboa. Publicações Dom Quixote, p. 233. 1994.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

    ResponderExcluir
  2. Apesar de vcs estarem alterando o passado, estão melhorando, mas ainda falta. Na aula eu explico melhor

    ResponderExcluir